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Jogos violentos têm o mesmo efeito de uma dose de cocaína, diz especialista

 

Perseguições de carro, tiros, mulheres lindas e caça a zumbis. Tanta variedade pode fazer a realidade virtual dos jogos de videogame online parecer realmente tentadora aos olhos dos jovens. Mas e quando o que era para ser diversão vira vício, e começa a prejudicar a vida social e até mesmo a saúde desses jogadores?

“Os efeitos cerebrais dos jogos, fisiologicamente falando, são semelhantes aos de uma droga ou de uma dose de bebida”, explica o doutor Hermano Tavares, médico psiquiatra e coordenador de um ambulatório especializado em patologias desse tipo no Hospital das Clínicas, em São Paulo, e que oferece 20 vagas por ano para tratamento do transtorno.

Tavares acrescenta que o vício em jogos online atinge principalmente adolescentes e adultos jovens, com idades entre 20 e 30 anos. Além disso, trata-se de um público em sua grande maioria masculino.

— Ainda temos uma predominância de homens, que se interessam mais por jogos violentos. As mulheres, quando viciadas, gostam mais de jogos de fantasia. Acredito, aliás, que daqui a pouco tempo essa divisão de públicos tenda a se equilibrar, e assim teremos o mesmo número de mulheres e homens viciados.
 

Para o psiquiatra, um dos principais fatores que impulsionaram o número de pessoas dependentes desse tipo de diversão é o fato de que os jogos se tornaram, nos últimos anos, mais acessíveis e mais baratos.

 

— Nos anos 80, custava muito caro ter um videogame. O realismo dos jogos também aumentou, eles ficaram mais envolventes, divertidos e perigosos. É uma droga muito potente. Fora isso, a internet teve um papel importante nesse movimento ao propiciar a formação de comunidades geográficas virtuais. Hoje é possível jogar em parceria com alguém do outro lado do mundo, morador do Japão.

 

Para Odair Braz Junior, jornalista que cobre o mercado de videogames, o assunto é sempre polêmico.

— É bem complicado associar jogo violento a vício. Tudo pode viciar: de Candy Crush a games de futebol, que não são nada violentos. Como também pode-se viciar em refrigerantes, poker e boliche. O importante é sempre saber dosar o tempo que se gasta jogando e observar as faixas etárias de cada game

Como identificar o vício

Para ajudar a identificar se você ou algum parente sofre do vício em jogos online, Tavares dá dicas de pontos a serem observados (ver lista). Como, por exemplo, reparar se a pessoa em questão joga mais tempo do que se propõe.

 

Outro sinal de alerta é o grau de satisfação que essa atividade proporciona — se antes duas horas eram suficientes, hoje em dia nem jogar por dez horas seguidas consegue proporcionar o mesmo grau de prazer.

 

— A pessoa viciada que fica alguns dias sem jogar já fica inquieta, irritada, e com pouca tolerância à abstinência.

Tavares explica, no entanto, que há formas de se prevenir o vício, e que elas passam basicamente pelo controle dos pais na adolescência.

— Pais e mães não deveriam, sob qualquer hipótese, deixar que seus filhos menores de 18 anos jogassem jogos violentos, especialmente os de violência gratuita, como GTA e similares.

O garoto que queimou seu colega

Quantos de nós já nos metemos em uma briguinha com um colega de sala? Só que esse garoto de Pequim, viciado em World of Warcraft, acreditou realmente que se tornou um Mago especializado em fogo e queimou o colega com quem estava brigando.

A menina que morreu por negligência dos pais

Uma menina sul-coreana de três anos morreu porque seus pais preferiram cuidar de uma menina virtual do que dela. O jogo nos quais eles ficaram viciados era o Prius Online, similar ao Second Life. Eles saíram para uma sessão de 12 horas de jogo em uma lan house e deixaram a filha sozinha. Quando voltaram, ela estava morta.

Conheça oito benefícios do videogame para o desenvolvimento do seu filho

Raciocínio lógico

Jogos de estratégia, em que é preciso encontrar a solução certeira, estimulam oraciocínio. "Para ultrapassar os obstáculos do videogame, é preciso tomar as atitudes certas, o que favorece o pensar lógico", explica a psicóloga Ana Luiza Mano. A vontade de vencer impede que a criança simplesmente desista frente à dificuldade. Além disso, a melhora é progressiva, já que cada fase é um pouco mais difícil que a anterior.

Mais tolerância a frustrações

É normal perder uma partida de videogame e pode acontecer pelos erros mais bobos. "Por colocar a perda de uma maneira clara e oferecer a possibilidade de recomeçar, os jogos ajudam a criança a saber perder e saber ganhar", afirma a psicóloga Blenda de Oliveira, especializada em psicoterapia Infantil e familiar, de São Paulo.

Agilidade

Ultrapassar obstáculos, encontrar a saída ou achar a resposta com rapidez faz com que a mente fique mais rápida. Além disso, joguinhos que colocam limite de tempo são ainda mais eficientes para desenvolver esse aspecto. 

Um estudo realizado pela Universidade de Rochester (EUA) analisou a resposta de dezenas de jovens a desafios rápidos. Os pesquisadores observaram que aqueles que jogavam games de ação eram, em média, 25% mais rápidos para chegar a uma conclusão e responder corretamente às perguntas. Além disso, os brinquedos que oferecem a possibilidade de exercício físico geram tanto agilidade mental quanto física.

Vale como exercício físico

Alguns aparelhos modernos, como o Nintendo Wii, estimulam a atividade física e até oferecem jogos que orientam exercícios, como yoga e treinamento muscular. A psicóloga Ana Luiza recomenda que o exercício seja feito com bastante cuidado, já que não há supervisão de um profissional. 

A especialista comenta um estudo realizado pela Universidade de Ottawa, no Canadá, que testou o vídeo game Wii em pacientes com doença de Parkinson. O resultado foi uma melhora expressiva no equilíbrio e no quadro dessas pessoas.

Convívio com a família

O videogame pode ser útil para unir a família, não apenas por ter possibilidade de jogos em grupo, mas porque permitem que os pais se envolvam no universo da criança. Pais e filhos ganham juntos, perdem juntos e se divertem juntos. Isso aumenta a cumplicidade e a parceria. "Para isso, é importante que os pais estimulem sempre os jogos que usam pelo menos dois controles em vez daqueles que estimulam o jogar solitário", lembra Blenda de Oliveira.

Convívio com outros colegas

Quem nunca convidou um amiguinho para ir brincar lá em casa? Pois é, já que a onda agora é o videogame, vale chamá-lo para disputar uma partida. "Os games também podem ser jogados online, o que estimula o contato com outras pessoas e até com novos conhecimentos", explica Ana Luiza. A psicóloga enfatiza a importância da supervisão e da orientação dos pais para que a criança não divulgue informações extras, como endereço e escola. "Afinal, trata-se de um relacionamento com pessoas desconhecidas da família", lembra a especialista.

Coordenação

Quem já tentou jogar videogame sabe que não é fácil apertar os botões certos na hora certa. Os estímulos visuais, auditivos e, em alguns jogos, sensoriais, surgem todos ao mesmo tempo. Segundo a psicóloga Blenda explica, existem estudos que comprovam que quem curte os games têm melhor coordenação motora. Um deles, realizado na Universidade de Albuquerque (EUA), encontrou que o córtex cerebral de quem joga videogame é mais espesso justamente na área relacionada a essa função. "Afinal, não é fácil apertar botões para cima, para esquerda, para direita, para baixo, saber o que está acontecendo na tela e ainda estar atento aos sons do jogo", diz a especialista.

Atenção

Qualquer jogo oferece um desafio à atenção. Até no simples Tetris é preciso se concentrar para encaixar as pecinhas no melhor lugar possível. Uma pesquisa, realizada no Centro Médico Beth Israel, de Nova York, descobriu que até cirurgiões podem se beneficiar de uma boa partida de videogame. A habilidade para realizar as cirurgias do tipo laparotomia foi maior nos profissionais que jogavam por cerca de três horas por dia.

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